terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Abraços de despedida a luz do luar.

A clareza de um dia se tornou obscura depois de uma ligação com uma notícia devastadora, como uma avalanche de tristeza foi esse o sentimento que eu tive quando atendi o telefone e recebi a notícia de que meu melhor amigo estava prestes a morrer e pior ainda saber que ele só estava respirando sobre aparelhos. Não tinha mais nada a fazer para ele sobreviver.
 Quando cheguei em frente ao hospital senti um ar de tristeza vindo de dentro dele, tomei coragem e perguntei qual era o quarto que Miguel estava, quarto de número 13 que por pura ironia do destino esse era o número da sorte dele.
 Bati três vezes na porta e entrei, sua mãe estava lá mas nos deixou sozinhos por um tempo, as lágrimas começaram a cair sobre meus lábios, minhas mãos começaram a tremer e eu não sabia o que fazer, o estado dele era deprimente.
 A única coisa que eu desejava era um abraço e foi quando eu  segurei suas mãos e senti que seus dedos cabiam perfeitamente em minhas mãos, quando eu olhei para o céu e vi a lua, ela brilhava como quando meus olhos brilhavam quando eu via o Miguel, como quando eu abracei ele pela primeira vez.
 Ao amanhecer os aparelhos foram desligados a mando da mãe de Miguel, e fomos avisados de que o enterro aconteceria à noite sobre a luz do luar.
 Às 20:00 quando coloquei meus pés sobre a calçada preta que rodeava a entrada do enterro logo pude ouvir a música que tocava  ao fundo, a música que em que eu e Miguel ouvimos quando nos conhecemos, Yellow - Coldplay. Só lembrava de uma frase que a música dizia: "Look at the stars,

Look how they shine for you" em português "Olhe para as estrelas, olhe como elas brilham para você", Miguel sempre me dizia isso.
 Você me pergunta e a partida de Miguel? Como foi? Não existe palavras que possa explicar a tamanha dor que senti naquele momento. Miguel era um chato as vezes, fumava mas mesmo assim eu gostava dele...
 A conclusão que tiramos disso é que nosso destino é composto por milhares de pessoas e que mesmo sendo aquela que vive te chateando ou aquela que você mais ama pode ser aquela que mais completa sua vida. Qual é a lição que tiramos disso? NENHUMA. Porque infelizmente só percebemos que essa pessoa é importante para nos quando ela vai embora de nossas vidas.

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